Maite Perroni em entrevista para revista ‘Estilo DF’ qual é capa da semana
Com sua atuação na série ‘El Juego de Las Llaves‘, Maite Perroni se consolida como uma artista polifacética. E desde seu debut na novela Rebelde, há 15 anos, não só tem se destacado na TV, como no teatro e cinema, sua carreira como cantora também vai crescendo.
Em esta comédia que contará com 10 episódios. Maite interpreta a Adriana, uma mulher casada que vive um conflito emocional ao se juntar a outros três casais de amigos, fazendo uma troca de casais. Durante uma reunião entre os quatro casais, alguém propõe realizar o jogo das chaves, que consiste em que as mulheres coloquem suas chaves em um recipiente, onde um homem escolherá uma e passará a noite toda com a proprietária da chave.
“Eu sou muito apegada em construir uma família de dois, ter uma relação monógama, mas não julgo Adriana porque posso entender que depois de 20 anos de estar casada diga: E agora que fazemos?”. comenta a atriz sobre sua personagem, qual reconhece que a tirou de sua zona de conforto como atriz pelo desafio que apresenta.
Enquanto se maquiava e se penteava para sessão de fotos desta entrevista de capa, Perroni conta que desafios enfrentou para dar vida a Adriana, sua opinião sobre o controverso tema ‘Swinger’, e também como vai sua faceta de cantora, entre outras confissões, como qual é seu maior medo e que não pode suportar de uma pessoa, também admite que não se irrita com facilidade, mas se alguém a provoca ‘já valeu muito’.
El Juego de Las Llaves estreia em 16 de Agosto por Amazon Prime Vídeo e nos Estados Unidos através da plataforma Pantaya.
Está por estrear El Juego de Las Llaves, sua personagem é sobre?
É uma série que fala da troca de casais, uma história de oito personagens, quatro casais, todos amigos. Cada um desses casais tem uma relação monógama, são casamentos de muito tempo, são famílias tradicionais. Durante uma reunião entre os quatro casais, alguém propõe realizar o jogo das chaves, que consiste em que as mulheres coloquem suas chaves em um recipiente, onde um homem escolherá uma e passará a noite toda com a proprietária da chave. Minha Personagem Adriana, é uma mulher que formou uma família pelo amor, se casou com seu primeiro namorado. Levam um casamento de 15 anos e uma relação de 20, constroem um lar baseados no romantismo. São duas pessoas exitosas profissionalmente, tem uma casa muito linda, uma filha de 14 anos que amam, mas sexualmente já estão distanciados, já não há muita conexão, o dia a dia acabou com a paixão. E quando alguém põe sobre a mesa este jogo, a ela desperta muita curiosidade e inquietude de fazer algo diferente. Isto gera um conflito emocional porque é uma pessoa muito apegada a seus valores, a sua família, ao amor, mas ao mesmo tempo é uma mulher sexualmente ativa, que deseja e tem sonhos.
Há algum ponto que se identifica com sua personagem?
Me identifico com o feito de formar um lar e uma relação desde o amor, desde a intenção do compromisso e lealdade, mas também, me identifico com esta necessidade como mulher onde no final das contas isso não é sinônimo de que não temos desejos, fantasias e de que sexualmente não somos mulheres que também temos necessidades, neste sentido, entendo perfeitamente a Adriana porque creio que esse é não é um assunto de gênero, é uma questão de ser humano.
E em que não parece com Adriana?
Em que não me atreveria a dar esse passo (troca de casais). Eu sou muito apegada em construir uma família de dois, ter uma relação monógama, mas não julgo Adriana porque posso entender que depois de 20 anos de estar casada diga: E agora que fazemos?”. Claro que não me vi nesta situação. Não levo uma relação de 20 anos, não tenho uma filha de 14 anos, tenho outro processo em minha história pessoal e não me atreveria a dar esse passo.
Que desafios enfrentou para dar vida a este personagem?
Adriana me levou a momentos em que não havia estado em um set de gravação, fazer cenas que são muito intimas diante das câmeras e em frente a uma equipe de produção para contar uma história a partir da sexualidade. É uma comédia super leve, se contam temas que são atuais como as reações poliamorosas, abertas, a troca de casais, tudo isso se põe na mesa, mas de uma forma leve, digerível.
A série vais dar muito o que falar pelo tema ser um tabu, onde se aborda os casais swingers…
Totalmente. É algo do que não se fala, pelo mesmo me atrevo a dizer que a produção e os escritores decidiram falar este tema de uma forma leve, através da comédia, mas dando a importância e o respeito que merece para que possamos por sobre a mesa um assunto que está cheio de preconceitos e críticas, e mais bem dizer que é uma realidade, que existe, que há uma comunidade swinger no México de mais de 15 milhões de pessoais, ou seja, não é tão segredo, simplesmente é algo tão íntimo que não se compartilha, não se fala e cada quem vive sua vida sexual de uma forma mais íntima, mas existe, é real e desde há muitos anos.
Agora seus fãs te verão de uma faceta mais sensual…
Mas também mais cômica, então essa divisão dá uma leveza no assunto que estamos tocando e nos permite abordar esse tema de uma forma mais ampla. Estamos contando esta história sem querer dizer as pessoas o que tem que fazer, mas também dizendo que não tem que julgar, tem que entender que humanamente todos temos desejos, fantasias e processos.
Teve alguma cena que sentiu envergonhada?
Na realidade foi um processo muito especial, porque tivemos um trabalho de mesa um mês antes de começar a gravação, tive a sorte de trabalhar com atores que já havia sido meus companheiros, com os diretores que tivemos reuniões, mesa de leitura, improvisações, chegamos ao set entendendo o que íamos contar, sem julgamentos, chegamos abertos para fazer nossas cenas, foi muito boa a preparação que tivemos antes de entrar no set, foi um processo que se agradece, porque chega com a confiança de saber que seus diretores estão cuidando das cenas, que estamos em boas mãos e que os companheiros são super cavalheiros, então não foi complexo nesse sentido e não me senti mal, foi um trabalho respeitoso. Adriana foi um desafio para mim, agora este personagem eu vejo em retrospectiva e considero que desfrutei muito, não sofri.
Que te deixa de sua participação neste projeto?
Compreendi que todos somos parte destes preconceitos e me dei conta como satanizamos o sexo. Viver a sexualidade em liberdade, em plenitude e com responsabilidade é nossa obrigação, então foi muito bom viver este processo e dizer “Não passa nada, estou em um set onde as pessoas se desnudam”. O primeiro dia foi como chegar e dizer “Não vou virar e ver ninguém, vou ser respeitosa”. Depois começa a sentir como se vai acomodando as peças, e já vai o quinto dia de filmagem, e neste set precisamente havia muito respeito, uma normalidade diante da situação, não havia estranheza ou essa coisa de se sentir longe. Foi em um capítulo em especial que é muito mais explícito, mais aberto. Meu primeiro dia foi como “WOW!” e a todos passou o mesmo, porque dizíamos “Ei, esteve forte” e já no segundo dia foi como “Okay” e assim foi o terceiro e o quarto era como se o sexo é sexo, o corpo é corpo, e deixar de lado o preconceito torna tudo mais natural e não passa nada.
Com esta série deixa de ser a menina boa de outros projetos…
Pois sim e não, porque Adriana também é uma pessoa muito comum, é um personagem com que a maioria das mulheres vão se identificar, porque é uma garota que parte da ilusão do amor, de formar um lar, de ter uma família tradicional, mas se atreve a expressar o que sente, dizer que quer algo mais, dar o passo para se descobrir, isso é o que sinto, que muitas vezes acontece pelos estereótipos sociais. Isso é o que acredito que Adriana tem de diferente, que é parte desta normalidade, mas suas necessidades, desejos e fantasias a fazem a dizer o que está buscando, por isso creio que assim deveria ser, como casal temos que retirar estereótipos e nos atrever a ser cúmplices e confidentes.
Como descreve o momento que atravessa sua carreira?
É um momento em que me sinto muito sortuda, nada foi de graça, tudo tem consequência do trabalho e esforço, tenho me dedicado muito a construir uma carreira que sempre me faça ter um sorriso. Claro que há momentos bons, maus, com erros, equivocações, mas hoje por hoje me sinto muito sortuda e feliz com minha carreira.
Desde criança quis ser atriz?
Eu queria ser publicitária, estudar mercadotecnia. Na minha adolescência dizia: “Me encantaria fazer comerciais, me agradaria trabalhar em uma empresa de publicidade”. Gostava de desenho gráfico, adorava desenhar, as cores, os desenhos de interiores, toda essa parte criativa, me imaginava trabalhando em uma produtora fazendo comerciais para uma marca, isso era o que eu pensava que ia ser minha carreira profissional e era o que até meus 18 anos o que queria estudar, até que chegou o dia que acompanhei minha amiga em um teste para Disney Channel e aí se despertou o interesse pela atuação e logo entrei no CEA (Centro de Educação Artística da Televisa).
E como vai sua carreira de cantora?
No ano passado me foquei muito na música, tive a oportunidade de ir em muitos países, recebi alguns reconhecimentos com o single anterior que se chama ‘Loca’. Temos cinco Discos de Ouro, quatro de Platina e um de Platina Duplo. Foi um ano muito lindo onde colhemos os frutos do que se havia trabalhado na música. Tive uma turnê, gravei vídeos, fiz colaborações com um rapper italiano, com dois artistas espanhóis, com o colombiano Reykon, então foi um ano de muita música. E no final de 2018 comecei o projeto de um filme que se chama ‘Doblemente Embarzada’ que estreia no final deste ano ou início do próximo. De novembro a dezembro para cá me foquei em projetos de atuação. Em Fevereiro, março, abril fizemos ‘El Juego de Las Llaves’, terminei uma série para Netflix faz uma semana e agora vou iniciar uma série para Espanha em Setembro, Outubro e Novembro. Então tem sido um ano incrível, de muita atuação, mas encerrei 2018 com muita música, foi um ano afortunado, agora temos um novo single que acabamos de preparar e está em pós produção. Em algum momento vamos lançar este single, enquanto isso estou focada nas séries.
Tem alguma tatuagem que tem algum significado para ti?
Fiz uma no braço. É uma fazer que está em inglês e se traduz como: Se atire para lua, se falha de todo modo cairá nas estrelas”. Para mim tem um significado muito importante porque é como dar o melhor de ti e se não der certo, de todas as formas algo bom vai passar porque está fazendo com verdade.
Que satisfações sua carreira te deu?
Desfruto muito desta profissão, estou convencida que faço algo que me apaixona que me faz feliz. As noites sem dormir, a falta de tempo e os sacrifícios sei que fazem parte disto, mas não me pesa porque amo minha carreira cada segundo.
Como se define como artista?
Creio que sou polifacética, posso estar em palco, em um set de televisão, fazendo um filme, uma peça de teatro, não me dá medo os desafios nem as mudanças, estou aberta a fazer coisas diferentes.
Mudou com a fama?
Sinto que não, não digo que não tenha tido meus momentos, obvio, mas sinto que tem sido saudável em minha vida é que minha família é muito importante e não sobe o barco da fama nem de artistas, minha família é ativam produtiva, cada um tem sua profissão, sua carreira, planos, metas, em minha casa todos somos iguais, todos temos a mesma importância, não há diferença, minha carreira é importante, mas igual a do meu irmão que é psicólogo e de meu outro irmão, e o que faz meu pai e minha mãe. Minhas amigas são as minhas amigas de toda uma vida.
Também a conhecem por seu ativismo a favor das causas sociais como apoiar a luta contra o câncer…
Em este meio temos a oportunidade de utilizar os microfones para falar de causas importantes, mas para ser sincera creio que me falta tempo para apoiar, porque posso me juntar a uma causa e apoia-la e por suposto faço com convicção porque acredito nela, mas para mim e muita gente nos faz falta como um compromisso real e diário, onde realmente seja proativo, não só comunicativo.
Rápido questionário
Que não suporta de uma pessoa? Hipocrisia.
Seu pior mede? Morrer e não ser feliz.
Quais são seus hobbies? Adoro andar de patins e bicicleta, além de ver filmes.
Seu pior defeito? Ai, tenho muitos (risos) não sei se é o pior, seguramente terá piores, mas talvez que sou muito perfeccionista, então quando meto alguma ideia na cabeça creio que tenho a razão e ponto.
Sua maior qualidade? Ai, não sei. Não creio que seja um má pessoa, mas sou muito intensa. Não vou pela vida fazendo mal a ninguém, mas também tenho meu caráter.
Chora com facilidade? Depende, há coisas que me sensibilizam muito mais. Me comove a injustiça e a má fé.
Se irrita com facilidade? Não me irrito com facilidade, mas quando me irrito já valeu por muitas vezes.
A parte de seu corpo que não gosta? Tenho tamanho pequeno, e as vezes me vejo muito quadrada.
Se descreva como pessoa? Intensa, apaixonada, entregada.
Créditos: Tradução e Adaptação (Site MaiPerroni) & Estilo DF (Entrevista)